terça-feira, 9 de março de 2010

EXÉRCITO ROMANO (part.3), Dispositivos Tácticos

Neste post falarei dos modelos tácticos romanos descritos por Vegécio, nos finais do séc. IV d.C.

Em primeiro lugar, a Formação em Rectângulo (primeira imagem) era muito comum, mas Vegécio não a considerava a melhor pois o terreno nunca era uniforme e corria-se o risco de ser envolvido pelos flancos. Assim, esta táctica era boa quando se tinha muitos e bons militares, podia-se cercar e esmagar o inimigo.

Por vezes, quando o exército se dispunha em linha recta, apoiava um dos seus flancos numa defesa natural (rio, lago, escarpa, monte, ou até uma cidade). Nesta táctica, toda a cavalaria e infantaria ligeira acentava no flanco que não tinha protecção natural.

Na segunda imagem, apresento a Az Oblíqua a incidir pela direita. No momento do contacto, o general afastava a sua ala esquerda da ala direita do inimigo e atacava a ala esquerda adversária (habitualmente a mais fraca) com a sua ala direita, tentando cercá-lo e alcançar a sua rectaguarda.

Este modelo também podia ser usado em simetria. Ou seja, em vez de atacar a ala esquerda inimiga, atacava-se a direita. Isto acontecia quando se sabia que esta ala era particularmente mais fraca.

Ainda baseado nesta táctica, os romano faziam um dispositivo em espeto, em que a ala esquerda do exército romano alongava em linha recta e mantinha-se afastada da ala direita inimiga. Este modelo era o preferido de Vegécio, pois o adversário via-se impossibilitado de socorrer o seu flanco esquerdo, tanto a partir do seu lado direito como do meio da formação, devido ao recuo projectado pela az romana.

Finalmente, o dispositivo da Batalha de Ilipa usado por Cipião, o Africano. Consistia em, a 600-750m do adversário, lançar as alas repentinamente (colocando em fuga os flancos desprevinidos do adversário) e reter o centro (fixando o centro do adversário impedindo-o de socorrer as suas alas). Este modelo permitia a vitória rápida mas era muito arriscado, segundo Vegécio, desguarnecia bastante o centro e, caso o inimigo não fosse logo vencido, podia atacar os flancos romanos divididos e o centro desprotegido.

Posto isto, reforçou-se o centro com infantaria ligeira com arqueiros, assim caso o inimigo não quebrasse durante o ataque aos flancos, pelo menos o risco de um contra-ataque sobre o centro ficava diminuído.

Sem comentários:

Enviar um comentário