terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"Querido líder", adeus

Kim Jong-il morreu, tinha 69 anos. Segundo o comunicado oficial  do regime norte-coreano, o "grande líder faleceu de fadiga física pela dedicação da sua vida ao povo". Talvez por isso tenham escorrido tantas lágrimas.

Concretamente, o que significa a morte do ditador? No imediato, o aumento do nível de alerta da Coreia do Sul. Isto já aconteceu à 17 anos atrás, quando Jong-il tomou o lugar do seu pai, Kim Il-sung. Sabe-se que os atritos entre o norte e sul são intensos e perigosos, portanto a agitação de Seoul pode provocar movimentações em Pyongyang.
Por outro lado, existe o problema da sucessão. Kim Jong-un assumiu o poder, um jovem na casa dos 20 com formação na Suíça. Até que ponto está este jovem preparado para liderar um regime que faz o culto do líder? Estará ele preparado para líderar um exército com um milhão de homens? Qual o destino do armamento nuclear? Hoje, estas questões não têm resposta, mas é legítimo pensar que a falta de experiência pode representar um ponto fraco.
Certamente, não se deve esperar por uma reforma política voluntária. Do ponto de vista económico e social poderia ser vantajoso, uma vez que poderiam instaurar mais acordos comerciais, aumentando no imediato as exportações. Mas esta abertura política pode colocar o regime em risco, nomeadamente pela aproximação geográfica com a prospera Coreia do Sul.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Israel VS Irão

Telavive insinuou a possibilidade de um ataque ao Irão. Ao que parece não se trata de retórica.
Em 1981, a Operação Opera, conduzida pelos israelitas, teve como alvo o reator nuclear de Osirak, Iraque. Em 2007, a Operação Pomar lançou mísseis sobre a região de Deir ez-Zor, Síria. Nas últimas três décadas, Israel surpreendeu, por duas vezes, os países vizinhos. O Irão tem tudo para conceber armamento nuclear, o Urânio abunda e os conhecimento são suficientes. Cuidado. Um ataque militar pode estar eminente, pois a via diplomática parece esgotada. Veremos, ansiosamente!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Henry Kissinger

Outrora Kissinger disse: "o que conta nos chefes de estado é a coragem, a astúcia e a força". Claramente realista, ele dizia que as emoções não servem para nada. Venceu o prémio Nobel da paz em conjunto com Le Duc Tho, embora este o tenha recusado. Viveu intensamente a guerra do Vietname, tendo sido um dos responsáveis pelo seu fim.

domingo, 23 de outubro de 2011

História, Russel e as vontades coletivas e individuais

A História é feita por todos ou por poucos? Depende das leis universais ou apenas de alguns indivíduos?
Bertrand Russel, à luz da conjuntura da Guerra Fria, dizia: «Deixa andar, o que acontece no mundo não depende de ti. Depende realmente do senhor Kruchtchev, do senhor Mao-Tsé-Tung, do senhor Foster Dulles. Se eles nos disserem: "morrei", nós morremos"; se nos disserem: "vivei", nós vivemos." Sábio!
Ao olhar para a sociedade dos nossos tempos, verificamos que a vontade individual sobrepõe-se à coletiva. Nós, o povo, gostamos da democracia. Teoricamente, temos representação no parlamento, não somos esquecidos. De facto, a única altura em que temos capacidade de decisão é nas urnas de voto. Escolhemos um indivíduo, ele encarregar-se-à de escolher o resto.

sábado, 22 de outubro de 2011

A morte e o Khadafi

Diz um provérbio árabe: "teme aqueles que têm medo de ti". Khadafi colheu o que semeou. Tratava o seu povo como uma plantação de escravos, destruiu a sociedade civil e implodiu com as estruturas soberanas. Chegaram ao fim os 42 anos de poder do auto-intitulado "Rei dos Reis de África".
O coronel Khadafi, que recusou ser general, morreu em Sirte, sua terra natal, sendo o seu leito da morte o mesmo do nascimento. No geral, foi melhor assim. Muitos cidadãos desejavam o seu julgamento. Aqui, residiam muitos problemas.
Onde seria julgado Khadafi, Líbia ou Haia? Ambas as opções levantavam problemas. No primeiro caso, convém lembrar que o ditador destruiu o sistema judicial líbio, pelo que era necessário reconstrui-lo em tempo recorde para permitir o julgamento. Se fosse conduzido para Haia, os receios seriam de outra natureza. Nos últimos anos, sabe-se que existiram relações próximas, e até certo ponto de afeto, entre o regime líbio e os serviços de informações de vários países ocidentais, assim como com várias companhias petrolíferas. Seria complicado se Khadafi revelasse, em pleno julgamento, detalhes que comprometessem os países ocidentais. O julgamento do ditador podia ser um tiro no pé para alguns desses países, principalmente na opinião pública.
Outro aspeto a considerar consistia na consistência das infraestruturas prisionais líbias. Sabe-se que a familia Khadafi tem meios financeiros e nutre amizade com alguns líderes mundiais, designadamente com Bouteflika da vizinha Argélia. Estes meios poderiam proporcionar, com recurso a mercenários, tentativas de libertação, assaltando a estrutura prisional e subornando os guardas.
A morte acabou por ser a solução mais simples. Falta Saif-Khadafi.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amor à primeira vista: Entrevista com a História

Casualmente, tropecei numa feira de antiguidades. Alguns chamam-lhe de colecionismo. Reparei no livro "Entrevista com a História", de Oriana Fallaci. Sujo, mas bonito. Estava à minha espera, não tenho dúvidas. Lá dentro, uma riqueza incalculável que comprei com 1 euro emprestado.
No momento em que o tive na mão pela primeira vez, ainda desconhecendo o seu conteúdo, senti que a aplicação das palavras "entrevista" e "história" na capa, só podia significar qualidade. Henry Kissinger, Yasser Arafat, Indira Ghandi, Ali Bhutto, Willy Brandt, entre outros, esperavam por mim. Fallaci conduzia a conversa como ninguém. Viveu noutros tempos, onde os caracteres e a publicidade não se sobrepunham à qualidade do conteúdo.
O que me entristeceu foi reparar que não há respeito pelo conhecimento. O homem que me vendeu este pedaço de história desconhece, muito provavelmente, o sentido da Guerra Fria, quanto mais os nomes destas personagens. Mas o que me choca é sentir que este livro podia ser pisado e pontapeado sem que ninguém reparasse. Lá dentro estão pessoas que mudaram o mundo, respeito por favor.

sábado, 15 de outubro de 2011

Os Coptas e os infiltrados

Os tumultos verificados no Egito, confrontando cristãos coptas, muçulmanos e forças policiais, podem estar por explicar. É verdade que a minoria cristã, cerca de 10% da população, pode sentir pressão, mas os infiltrados do antigo regime de Mubarak também tiveram responsabilidades.
No Egito, vivem-se momentos de instabilidade. Diariamente surgem partidos políticos, criando um pluralismo desordenado que provoca dúvidas quanto à viabilidade da democracia. Estes protestos colocaram à prova a capacidade de resposta, dos militares no poder, perante a desordem pública. Falharam, logo está na hora de abandonar o poder.
Os cristãos coptas manifestam-se frequentemente, embora a violência nunca tenha sido uma arma recorrente. Esta característica levanta a primeira suspeita. Complementarmente, os relatórios da polícia revelaram que grande parte das vítimas mortais resultantes dos protestos foram atingidas por balas ou atropeladas por carros de combate. É preciso refletir para perceber o que justificou uma resposta tão dura por parte das forças de segurança.
A resposta imediata está associada à infiltração de indivíduos pró-Mubarak nas manifestações, que incitaram e amplificaram a violência. É necessário compreender o quadro na totalidade, percebendo as entrelinhas de forma a evitar condenações erradas, incitando, por consequência, mais violência.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sharia moderada na Tunísia

Rachid Ghannouchi, membro do maior partido islâmico tunisino, considerou a hipotese de aplicar um modelo de "Sharia moderada" no país do norte de África.
Aplicar a Sharia num país altamente dependente do turismo não me parece uma boa ideia. Quando se fala neste modelo de lei, em muitos casos desprovido de direito, lembramo-nos, invariavelmente, do caso afegão. Ahmed Rashid, jornalista paquistanês, relatou vários casos de violação dos direitos humanos, resultantes da aplicação da Sharia. Evidentemente que no caso afegão, aquando dos talibans no poder, estamos a falar de um regime islâmico radical, coisa que a Tunísia não é. No entanto, depois da experiência talibã, o nome Sharia pode assustar os turistas. Irá a Tunísia proibir o consumo de álcool?
Por outro lado, o investimento estrangeiro também pode sofrer consequências. O capital ocidental irá levantar muitas questões, nomeadamente sobre o enquadramento jurídico em matéria económica. Depois da revolução, é necessário captar investidores. Desconfio que a Sharia possa atrapalhar.
Para responder a estas dúvidas é essencial definir o conceito de "Sharia moderada".

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A China também é hipocrita

É verdade que a hipocrisia marca a agenda internacional. Também é verdade que os países, por vezes, são forçados a isso. Ora a China não é excepção.
 A China manteve acordos de armamento com o regime do coronel Khadafi que violavam a resolução 1970 da ONU. É verdade que isto não é novo. No entanto, o que realmente merece reflexão é o facto da China ter aprovado essa resolução. Por um lado, aprova e revela compromisso e, por outro, desenvolve negócios metendo ao bolso uns milhões. Ora, os interesses coordenam a acção. É a veia realista do estado a falar.
Mais informação

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

África tem futuro!

Sabemos que é importante exportar para crescer, sem nunca descurar o consumo interno. Agora vejamos, os EUA cresceram 1,1% e a Europa 0,7%. Por outro lado, a China cresce 9% e a Índia 7,5%. Mas a verdadeira surpresa reside em Angola. Este país africano é o país que mais cresce, 10,8%. Ora, se é importante exportar, creio que os números são esclarecedores. África pode ser a solução. Portugal pode tirar grandes vantagens do crescimento angolano, a começar pela nossa afinidade cultural.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ai ai, o power shifting!

A Europa está a perder. A opinião pública norte-americana começa a olhar para o oriente. 51% dos cidadãos norte-americanos consideram que os países asiáticos são mais importantes para os seus interesses nacionais. Apenas 38% consideram os países da União Europeia.

domingo, 18 de setembro de 2011

Khadafi ainda não caiu

Do ponto de vista político, Khadafi perdeu todo o seu poder. A capacidade armada ainda lhe confere alguma influência interna, o dinheiro e o ouro permite-lhe ter poder externo. Os confrontos à entrada de Sirte intensificam-se e não se revelam fáceis os próximos tempos. Este é o bastião do coronel, até hoje impenetrável. É verdade que os voos da NATO continuam a sobrevoar e a atingir alvos do antigo ditador, mas não surtiram o efeito desejado.


O governo nacional de transição considera que a situação estará resolvida numa questão de dias, mas os intensos combates fazem acreditar no contrário. Seria importante capturar o coronel, pois caso contrário o conflito pode durar anos. De facto Sirte e Bani Walid irão cair e os rebeldes sairão vencedores, ou pelo menos tudo aponta para esse cenário. No entanto, os seguidores de Khadafi, com o coronel "à solta" podem aderir às técnicas de terrorismo e guerrilha para enfrentar o poder de Trípoli. Convém lembrar que Khadafi foi um patrocinador de terrorismo, sendo o mais mediático o atentado de Lockerbie.

sábado, 17 de setembro de 2011

Sabedoria de Napoleão, 1

Outrora, Napoleão Bonaparte disse:

A teoria não é a prática da guerra.

A distância entre a teoria e a prática é, para alguns, impossível de percorrer. De forma essencial, a guerra é uma arte prática, onde a teoria serve o pensamento em tempos de paz. Em guerra, aplica-se o conhecimento, por vezes insuficiente na resposta às contingências. A teoria tem dificuldade em particularizar, a prática deve superar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Formas de atacar

Desde 2001, mais de 2000 indivíduos foram executados com recurso a drones (aviões não-tripulados) pelas tropas norte-americanas. Guantanamo continua a servir como prisão para suspeitos de terrorismo, sem julgamento marcado. Obama autorizou a CIA a continuar com as "rendições", isto consiste em transferir suspeitos para países que colaboram com os EUA. O terrorismo tem, ainda, uma forte influência no desenvolvimento da politica externa norte-americana.


Descontentamento

De acordo com o Wall Street Journal e a NBC News, 51% dos norte-americanos disseram estar descontentes com a gestão de Obama. No mesmo estudo, 44% admitiu votar num candidato republicano.
Estes números não são nada otimistas para o presidente Obama. Pelo cenário apresentado, nem a morte de Bin Laden nem a vitória na Líbia parecem ter dado grande vantagem a Barack Obama.

Conferência de Imprensa

O comandante do AFRICOM, General Carter Ham, tem revelado grande preocupação com o terrorismo na região do Sahel. Esta conferência de imprensa, realizada em Argel, revela isso mesmo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Somália...

Tinha como título: "As an Enemy Retreats, Clans Carve Up Somalia", The New York Times

Discriminação, Ódio, Estupidez

Na Líbia, as autoridades do Conselho de Transição Nacional têm vindo a deter arbitrariamente cidadãos da África Subsariana. É verdade que, em alguns casos, podem existir razão para o fazer, no entanto é necessário pensar no termo "arbitrariamente".

A utilização de mercenários no conflito líbio, por parte de Khadafi, pode ter aumentado o racismo e o ódio naquele país. A conivência do Níger com a família Khadafi também pode estimular esta discriminação perante os cidadãos da África Subsariana. No entanto, nada justifica as detenções arbitrárias. 
Até à deposição do regime do coronel, vivia-se em ditadura e a liberdade era uma miragem. Depois da revolução, continua-se a viver com medo. É importante que as investigações policiais ocorram de acordo com regras e procedimentos. O poder político deve procurar aplicá-las o mais rapidamente possível. 

Mais informação

Khadafi e os Rebeldes

De acordo com a Amnistia Internacional, tanto as forças de Khadafi como as dos rebeldes cometeram crimes de guerra. Assim, não foram apenas as tropas do coronel a esquecer as regras do jogo.



De forma geral, o modo de atuação das tropas de Khadafi é mal visto. Correto. No entanto, é importante olhar, sempre, para os dois lados. Cruzar informação para melhor definir uma opinião. Foi o que a Amnistia Internacional fez. Os rebeldes não são santos!
Compreende-se que a sede de vingança era maior do que nunca, pelo que é fácil de perceber estes "ajustes de contas". Ainda a acrescentar, a utilização de mercenários pelo coronel Khadafi também estimulou, ainda mais, este cenário.

Mais informação

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O fim da hegemonia, talvez um dia

No dia 11 de setembro de 2011, o jornal Público lançou uma questão da autoria de Nuno Severiano Teixeira, remetendo os seus leitores para a reflexão. A pergunta era a seguinte: "O atentado ao arquiduque Francisco Fernando da Áustria, em 1914, desencadeou a primeira guerra mundial. Foi o princípio do século XX e o princípio do fim da hegemonia europeia. O atentado do 11 de setembro desencadeou a guerra contra o terrorismo. Terá sido o princípio do século XXI? E o princípio do fim da hegemonia americana?"

Esta é uma excelente questão, merecedora de uma profunda reflexão. A primeira parte da questão, de carácter informativo, envia-nos para um passado distante, mas atual. Depois do atentado de 1914, o mundo mudou, tal como em 2001. No primeiro caso, a Primeira Guerra Mundial e, por consequência, a Segunda Grande Guerra destruíram a Europa e os EUA ascenderam, naturalmente, como a potência hegemónica. No segundo caso, os Estado Unidos iniciaram uma guerra global contra uma tática que conduziu e condicionou a política externa da administração Bush. Aqui começam as diferenças. 
Em 1914, a guerra resultante opôs estados contra estados, isto é, verificou-se um conflito de índole regular. Por outro lado, depois do 11 de setembro os EUA iniciaram uma guerra contra forças irregulares, deixando de haver potências de ambos os lados. Os estados fortes deixaram de representar a grande ameaça, passando a ocupar o lugar os estados fracos, falhados e colapsados. Convém referir a incongruência do termo "Guerra Global contra o Terrorismo". Teoricamente, o terrorismo é uma técnica insurrecional, tal como a guerrilha. Por si só, não representa uma ameaça. A ameaça é quem pratica a técnica. Respondendo à primeira parte da pergunta, devido às mudanças verificadas no mundo após o 11 de setembro pode-se afirmar que, depois dessa data, o século XX terminou e uma nova era começou.
Quanto ao fim da hegemonia americana, a segunda pergunta, a questão assume  novas dimensões, uma vez que é muito difícil definir, corretamente, uma potência hegemónica. Será aquela que tem maiores meios militares ou financeiros?  De facto, os EUA ainda são a maior economia do mundo, apesar da gigantesca dívida soberana e do forte crescimento chinês. Do ponto de vista militar, os meios são imensos e a influência é elevada. Por exemplo, não existe nenhuma parte do planeta terra que não esteja sob a área geográfica de responsabilidade de um comando de combate norte-americano. Do ponto de vista material, têm diversos porta-aviões CATOBAR e vários submarinos nucleares, duas peças fundamentais na definição atual de potência hegemónica. Do ponto de vista aéreo, as empresas americanas estão na ponta da tecnologia, equipando as forças com recursos tecnologicamente muito evoluídos. Veja-se, por exemplo, a aplicação de DRONES, considerado um novo modelo de guerra, onde o homem é substituído por robôs. 
Portanto, é necessário definir o conceito de potência hegemónica para determinar se os EUA deixaram de ser o estado mais forte ao cimo da terra. Na minha opinião, os Estados Unidos continuam no topo da cadeia alimentar das nações.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aplicar "smart power" na Líbia e Síria

Antes das declarações de Obama sobre a sua posição perante a crise Síria, Hillary Clinton veio, uns dias antes, preparar o caminho para o presidente. Referiu que estava a projetar "smart power" na resposta às crises na Líbia e Síria, recusando uma intervenção unilateral e militar. 
Depois deste discurso o caminho para aumentar a pressão diplomática sobre a Síria ficou aberto. Confirmou-se, Barack Obama veio afirmar que o tempo de Assad estava a chegar ao fim. Por outro lado, os EUA já colocaram de parte uma intervenção militar (não seria de esperar outra coisa). A Líbia pode, e deve, servir de exemplo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Barack Obama vs Assad

Barack Obama afirmou que «chegou o tempo do presidente Assad se afastar [do poder]». A partir deste momento, o envolvimento dos EUA na crise política interna síria ganha mais profundidade. A comparação com a Líbia é imediata. O que se seguirá? Uma nova resolução da ONU para legitimar uma intervenção? Bombas sobre Damasco? Meses de conflito?

Não creio! A atitude de Obama vem marcar uma nova postura da administração Obama perante a crise Síria. Obama foi duro com Assad, tal como aconteceu com Khadafi, ao afirmar que Assad "deve abandonar o poder". Depois destas declarações, é complicado voltar atrás, a não ser que Assad demonstre vontade em resolver a situação sem o uso da violência generalizada sobre os protestantes. 
No entanto, é pouco provável a aprovação de uma nova resolução da ONU que legitime uma intervenção estrangeira na Síria. A intervenção na Líbia ainda está em curso e a despesa foi avultada. Os EUA e a Europa não vivem momentos de grande saúde financeira, pelo que é improvável que estes atores arrisquem muito, politicamente, com uma intervenção militar.
Também é importante referir que a Síria não é a Líbia! É um gigante regional, com uma força militar bem mais forte, pelo que uma hipotética intervenção militar estrangeira teria que contar com esta resposta. Além disso, o Irão está lá perto e não convém esquentar este país.
O que é garantido é que a pressão diplomática e política vai intensificar-se. É aqui é que o combate vai acontecer.

Sudão do Sul integrou a União Africana

Uma boa notícia para o povo sul sudanês. Pelo menos do ponto de vista político, começa a ser um verdadeiro país. A entrada na União Africana pode estimular a construção deste novo país africano.
Esta "conquista" permite reduzir a pressão exercida pelo Sudão, que nunca aceitou de ânimo leve a independência do sul. Esta região é rica em petróleo, embora careça, e muito, de infraestruturas. De qualquer das formas, crescer como país tendo uma ameaça tão perto (o Sudão) não é tarefa fácil, pelo que a entrada na organização multinacional vem permitir um abrandamento dos receios e direccionar as atenções para outros setores.

Khadafi conseguiu lançar um míssil SCUD

Pela primeira vez desde que começou a revolta na Líbia, as forças leais ao coronel Kadhafi dispararam um míssil “SCUD”, mas este caiu no deserto sem provocar estragos. O disparo do míssil ocorre numa altura em que a balança parece estar a pender a favor dos rebeldes. Nas últimas semanas estes recomeçaram a avançar rumo a Tripoli pondo, aparentemente, fim a um impasse que durava há vários meses.

 


Segundo o Pentágono, o lançamento do SCUD foi detetado pelas forças dos EUA no domingo de manhã. O míssil foi lançado de um ponto localizado a oitenta quilómetros a leste de Sirte, a cidade natal de Kadhafi, e aterrou no deserto oitenta quilómetros a leste da cidade de Brega que se encontra em poder dos insurretos.

Os militares americanos acreditam que o SCUD tinha como alvo as áreas residenciais de Brega, conquistadas na semana passada pelas forças rebeldes, mas não há certezas absolutas pois este tipo de míssil não é uma arma de precisão. O terminal petrolífero, a refinaria e o porto, que dão à cidade a sua importância estratégica, estão ainda nas mãos das forças leais ao coronel. 

 

Comandante do AFRICOM na Nigéria

O comandante do AFRICOM, general Carter Ham, visitou a Nigéria com o objetivo de reforçar parcerias, estimulando a cooperação. O interesse reside no Golfo da Guiné, não só pelo petróleo e pelas rotas que contém, mas também pelo aumento da pirataria naquela sub-região.

A influência da Nigéria na Comunidade Económica do Estados da África Ocidental é grande, pelo que os EUA têm interesse em aumentar a cooperação, nomeadamente militar. A interoperabilidade militar constitui um objetivo. A Africa Partnership Station, parceria naval desenvolvida pelos EUA, países europeus e africanos, promove não só as capacidade dos parceiros africanos, como estimula a cooperação entre nações. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

The real cost of Afghan and Iraq wars

When congressional cost-cutters meet later this year to decide on trimming the federal budget, the wars in Afghanistan and Iraq could represent juicy targets. But how much do the wars actually cost the U.S. taxpayer?

Nobody really knows.


Yes, Congress has allotted $1.3 trillion for war spending through fiscal year 2011 just to the Defense Department. There are long Pentagon spreadsheets that outline how much of that was spent on personnel, transportation, fuel and other costs. In a recent speech, President Barack Obama assigned the wars a $1 trillion price tag.

But all those numbers are incomplete. Besides what Congress appropriated, the Pentagon spent an additional unknown amount from its $5.2 trillion base budget over that same period. According to a recent Brown University study, the wars and their ripple effects have cost the United States $3.7 trillion, or more than $12,000 per American.

Read more

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Obama salutes

President Barack Obama, in the process of saluting, participates in a ceremony at Dover Air Force Base in Dover, Delaware on Tuesday, August 9, 2011, for the dignified transfer of U.S. and Afghan personnel who died in Afghanistan on August 6.

Military Private Companies in Somalia

The United States and the United Nations are funding the Bancroft Global Development. One more time, because of the political cost, private soldiers are sent to a critical area to fight for nations' interests.



Read more

American Forces Network Europe Home Article Display (DD)

American Forces Network Europe Home Article Display (DD)

It may come as a surprise that more than half of the U.S. Africa Command intelligence mission is actually run from the United Kingdom. SSgt Kevin Kite takes us to RAF Molesworth where the intel team is really coming together.

Interview with General Carter Ham, commander of U.S. Africa Command



domingo, 7 de agosto de 2011

Construction Begins on Future USS Jackson

The Navy authorized the first cutting of aluminum for the sixth littoral combat ship, the future USS Jackson (LCS 6), at Austal's Modular Manufacturing facility in Mobile, Ala., Aug. 1.

The "first cut" is a significant ship construction milestone, signifying the ship's progression from design drawings to the beginning of a tangible form.

"The littoral combat ship is a key part of our future fleet and demands the very best skill and effort from government and industry teams," said Program Executive Officer for Littoral Combat Ships (PEO LCS) Rear Adm. James Murdoch. "The commencement of production of LCS 6 marks another significant milestone in the program, and demonstrates the efficiency benefits of our 'block buy' arrangements with the ship builders. These fixed-price contracts ensure cost efficiency in the program and best value for the taxpayer."

Ler mais

Empresas privadas - B.E.A.R. substitui a M4?

Sem querer parecer muito republicano, maníaco ou louco, considero importante olhar para as empresas de armamento militar. A vanguarda da tecnologia militar está situada em empresas privadas que são financiadas por investidores, nomeadamente estados.



Esta M4 é quase perfeita, está no topo da tecnologia. Leve, precisa e fácil de manobrar. Veja-se, no vídeo, o operador a descarregar um bloco de munições na totalidade apoiando a arma, apenas, com um braço. Género Jonh Rambo! Quem já disparou as nossas G3 garante que o recoil é muito mais acentuado!
É importante referir que o desenvolvimento tecnológico acontece mais rápido e de forma constante quando a evolução está entregue às empresas privadas. A competição exige mais esforço e empenho.

sábado, 6 de agosto de 2011

Chinook vs RPG

Um Chinook  foi ao chão no Afeganistão, resultando na morte de 31 norte-americanos e 8 afegãos. O poder aéreo da NATO foi posto à prova. O resultado é pouco positivo.
As forças armadas afegãs não dispõem de força aérea, pelo que as forças NATO desempenham um papel preponderante na ação contra os insurrectos neste domínio. Um ataque de RPG (Rocket-Propelled Grenade) foi o motivo da queda. Esta arma e as metralhadoras pesadas representam um grande risco para o helicóptero Chinook na descolagem e aterragem, principalmente em zonas montanhosas.
Entrando no plano da análise pessoal, não existem potências hegemónicas intocáveis. A mais avançada tecnologia foi facilmente abatida com um equipamento barato, acessível e tecnologicamente pouco avançado. Este exemplo vem contrastar com a ideia de que os combates da nova era se realizam no ar, longe dos olhos do inimigo. Este é mais um caso que refuta essa afirmação.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

De omnipotente a arguido

A car passes by a defaced giant statue showing the late Egyptian President Anwar Sadat, second right, and ousted President Hosni Mubarak, left, in 6th of October city, Egypt. (AP)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Livros: "Common Sense" de Thomas Paine

Paine era um revolucionário, tendo participado na revolução americana e francesa. Nasceu em Inglaterra mas sempre defendeu a independência das colónias americanas. Neste manifesto, Common Sense, Paine argumenta contra a monarquia britânica e sua posição hegemónica, acusando-a de injustiças sociais e económicas.
Uma das refleções mais interessantes de Thomas Paine neste manifesto é a comparação entre sociedade e política: "society is produced by our wants, and government by our wickedness; the former promotes our happiness positively by uniting our affections, the latter negatively by restraining our vices. The one encourages intercourse, the other creates distinctions. The first is a patron, the last a punisher". Para Paine, a sociedade era uma "bênção" enquanto que os governos não passavam de um mal necessário.
Este é um livro que serve de fonte para o pensamento anti-colonial norte-americano do século XVIII, culminando na primeira revolta liberal - a revolução americana!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

America's own Taliban

Prior to 9/11, the Taliban government in Afghanistan did not register very much on American radar screens, with one notable exception: when it blew up two colossal images of the Buddha in Bamiyan province in early 2001. But destruction of treasured artifacts isn't just limited to the Taliban. There's a right-wing politico-religious presence centred in the US, but with a global reach, engaging in similar practises, destroying religious and cultural artifacts as a key aspect of its ideology of "strategic level spiritual warfare" (SLSW).

Until recently a fringe evangelical movement, warned against as deviant, "spiritual warfare" is rapidly positioning itself within America's mainstream political right. It's well past time for political journalists to start covering what this movement is up to.

As an example, leaders have bragged online about the destruction of Native American religious artifacts, which their twisted ideology somehow sees as a liberating act, promoting "reconciliation" between estranged groups of people. Critics, however, see it as reflecting an eliminationist mindset, while traditional conservative evangelicals have denounced the ideology as un-biblical. Some even claim it is actually a form of pagan practice dressed up in Christian clothes, according such artifacts a spiritual power that the Bible itself denies.

The ultimate goal is to replace secular democracy, both in America and around the world, with a Christian theocracy, an ideology known as "dominionism". The supposed purpose is to "purify" the world for Christ's return - again, strikingly similar to what the Taliban believe, but also significantly at odds with more common, long-standing Christian beliefs about the "end times", as well as the nature and purpose of prayer, and the roles of human and divine power.

Ler Mais

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A desgraça de um povo desgraçado

Se o sofrimento fosse um estado, a Somália seria o seu parceiro número um. Depois da grave fome de 1991-1992, tendo morrido 300 mil pessoas, a ONU declara, oficialmente, o estado de fome em duas regiões do sul da Somália - Bakool e Baixa Shabelle - onde vivem 3.7 milhões de pessoas, quase metade da população somali. A adicionar a estes cidadãos africanos, mais 9 milhões em todo o Corno de África correm o risco de perecer perante a fome demoníaca. Procuram o "estatuto" de refugiados em campos altamente lotados, tanto na Etiópia como no Quénia. O al-Shabaab, "a juventude", dificulta as operações humanitárias, intitulando os funcionários internacionais de "cruzados" e "espiões do ocidente".
Convém refletir. Os grupos insurrecionais somalis podem tirar partido da ajuda humanitária internacional. Em primeiro lugar, é uma forma de garantir o abrandamento dos ataques norte-americanos, executados maioritariamente por drones, aos líderes rebeldes. Não faria sentido, simultaneamente, acordar a ajuda e executar operações seletivas, com força letal, contra dirigentes rebeldes. Portanto, esta crise humanitária providencia um escudo temporário aos aliados da al-Qaeda naquela região. Por outro lado, a fome estimula o sistema de subornos, matéria que os insurretos vão explorar. Isto é, a crise pode servir de fonte de rendimento para estes grupos. Ainda a acrescentar, alguns destes bens alimentares podem ser desviados e usados para atrair indivíduos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A fome, a Somália e o terror do al-Shabab

O Corno de África vive um dos períodos mais negros da sua história. A fome assola aquela região e as agências internacionais têm-se revelado impotentes para responder à crise humanitária. A seca é a pena capital para muitos cidadãos africanos.

Al-Shabab luta pelo poder contra o Transitional Federal Government, este reconhecido como legítimo pela comunidade internacional e aquele considerado como grupo terrorista pelos EUA. O primeiro considera que o ocidente está a exagerar na dimensão que esta crise representa, afirmando que os ocidentais apenas pretendem deturpar a imagem deste grupo aliado da al-Qaeda. O que é certo, o apoio da população a este grupo começou a decrescer, revelando que o problema é sério e que os cidadãos percebem que o al-Shabab não responde as necessidades do povo.
Infelizmente, sem o consentimento deste grupo vai ser complicado prestar ajuda às populações, pois a ameaça é elevada. Uma hipótese é enviar ajuda via aérea, embora não estando garantida a distribuição pelos que mais necessitam. É necessário confiar nos grupos locais e esperar que no meio de tanta ideologia e ódio político ainda exista um lado humano.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Livros: "Reconciliação: O Islão, A Democracia e o Ocidente" de Benazir Bhuto

 São parcas as palavras que podem descrever a visão de Benazir Bhuto na sua obra. Ela refere sempre que o povo do Paquistão estará sempre em primeiro lugar. Entenda-se, primeiro do que a família. Entenda-se, primeiro do que os filhos. Bhuto revelou neste livro o amor incondicional e inconsciente que nutria pelo país que a viu nascer.


O combate político da família Bhuto foi dramático, mas compensador. Benazir Bhuto e seu pai morreram, mas o seu legado será eterno. Serviram de exemplo e inspiração à população do Paquistão.
Neste livro - "Reconciliação" - Benazir parte com a ideia de que "existe um potencial para a radicalização de muçulmanos de todo o mundo num ambiente político de ditadura e autoritarismo". No caso do Paquistão, a situação ainda era pior, pois a ditadura era militar. O general Musharraf estava no poder, pelo que não existia uma fonte militar independente capaz de combater os extremistas.
Esta era a preocupação de Benazir Bhuto. Infelizmente foi assassinada quando participava na corrida para as eleições legislativas.
Hoje, é o seu marido que está no poder.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Submarinos no narcotráfico africano

Os cartéis de droga sul americanos estão, presumivelmente, a utilizar submarinos para transportar droga para a Europa, via África. Esta técnica é recorrente nas Caraíbas e América do Sul, mas em África, se for comprovado, será a primeira vez.Os equipamentos utilizados não são militares, servindo apenas de transporte.

Ler Mais

domingo, 12 de junho de 2011

Livros: "Portugal e a NATO" de António José Telo

António Telo, professor catedrático da Academia Militar, retrata neste livro, de forma abrangente, a temática NATO no mundo e, especificamente, em Portugal. O autor começa por retratar os motivos que levaram à criação da Aliança Atlântica - a visão bipolar, o tratado de Bruxelas, o começo da ajuda militar norte-americana. De seguida, avança para as questões relativas à formação da NATO, abordando a posição portuguesa, o problema espanhol.

Como não podia deixar de acontecer, Telo aborda a questão dos Açores. Este arquipélago português, projetado para o Atlântico oferece uma posição estratégica vantajosa a Portugal, permitindo algum poder de negociação.
Este livro é ideal para quem procurar entender a NATO no contexto nacional, mas deveras importante para perceber a aliança no contexto internacional. Agora, numa altura em que a NATO parece entrar em crise (foi a ideia que Robert Gates transmitiu) este livro volta a estar na agenda.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Afinal Franco não era ditador!

De acordo com a Real Academia de História (academia espanhola), o General Francisco Franco não foi um ditador, apenas um pouco "autoritário". Aqueles que lutaram contra a ditadura não era democratas nem anti-fascistas, eram antes "terroristas".

Esta é a abordagem que a Real Academia de História faz relativamente a indivíduo que afirmou que enviaria um milhão de homens em apoio a Hitler. É verdade que o Rei de Espanha, Juan Carlos, foi educado pelo general Franco, mas não deveria existir promiscuidade entre o meio académico e o político. Com uma breve pesquisa, em fontes académicas, verificamos que Franco liderou uma ditadura sendo esta de carácter fascista.

Ainda mais ridículo é chamar de terroristas aqueles que lutaram contra o regime. Em primeiro lugar é estar a chamar terroristas à população que apoia a democracia espanhola. Depois verifica-se um profundo pragmatismo que leva ao ridículo. Não é por acaso que a ONU não tem um definição para terrorista. Ao que parece a Real Academia de História tem! É verdade que os espanhóis anti-franquistas usaram técnicas terroristas, mas isso aconteceu pois era a única tática, associada à possibilidade de guerrilha, que podiam utilizar.  

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Power

According to Joseph Nye:


The basic concept of power is the ability to influence others to get them to do what you want. There are three 
major ways to do that: one is to threaten them with sticks; the second is to pay them with carrots; the third is to attract them or co-opt them, so that they want what you want. If you can get others to be attracted to want what you want, it costs you much less in carrots and sticks.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Livros: "Terrorismo e Guerrilha" de Manuel da Silva

Depois do 11 de setembro, o terrorismo passou a estar presente no pensamento dos cidadãos preocupados com os assuntos do mundo. Sim, mundo. O terrorismo transcende fronteiras, ameaçando cidadãos em qualquer parte do mundo. Neste livro, Manuel da Silva aborda a evolução da guerrilha e do terrorismo ao longo dos tempos.

O autor apresenta o ponto da situação nos cinco continentes. A título de exemplo, Silva fala-nos da guerrilha na Amazónia dos anos 70,  do Sendero Luminoso no Peru, do Exército Vermelho Japonês. Como seria de esperar, também se debruça bastante sobre o radicalismo islâmico, das origens à atualidade.

Para compreender o terrorismo e a guerrilha, do ponto de vista conceptual e não ideológico, este livro é o adequado. Curiosamente, já escrevi neste blogue com base no conteúdo do livro Terrorismo e Guerrilha do coronel de infantaria Manuel da Silva.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Origem Tática dos Romanos

A arte de guerra romana revelou-se altamente flexível e eficaz. Mas de onde veio essa característica?
A arte de guerra helenística influenciou os romanos (se bem que estes afirmavam que a sua herança tática vinha dos etruscos), o que quer dizer que as táticas hoplitas foram usadas por eles. Seguindo esta linha de pensamento, as enormes falanges hoplitas, altamente compactas e impenetráveis num choque frontal, serviram de base ao desenvolvimento das táticas romanas.


Mas como é que os romanos evoluíram para a disposição em manípulos? Durante as guerras com os gauleses, que combatiam numa ordem solta mas dinâmica e aberta, os militares romanos descobriram que as fileiras cerradas das falanges deixavam as suas tropas vulneráveis. Os gauleses, a utilizar uma tática solta, conseguiam enorme mobilidade, pelo que a penetração na falange romana era muito provável.

Era necessário ganhar mobilidade. Por essa razão, introduziram o sistema de manípulos, permitindo às subdivisões manobrar no campo de batalha com maior eficácia. Também substituíram a lança pelo pilum e valorizaram o gládio.

Livros: "Uma História da Guerra" de John Keegan

John Keegan é um conhecido historiador militar que foi considerado inapto para o serviço militar. Curioso, mas não passa disso mesmo! O que realmente importa é o conteúdo da sua obra. Neste livro, Keegan debruça-se bastante sobre a origem da guerra, indo à origem do homem. Porque lutam os Homens?


O autor recorre à antropologia e à história para formular hipóteses quanto à origem da guerra. O comportamento dos povos primitivos são fontes que Keegan não descura, e eu já escrevi sobre isso em "Índios Ianomâmis e o Show of Force".

Keegan percorre as artes de guerra ao longo da história, desde os povos primitivos à bomba nuclear.

domingo, 29 de maio de 2011

Livros: "Portugal e o Futuro", de António de Spínola

O General António de Spínola foi um brilhante militar, com poucos meios conseguiu aguentar, por algum tempo, um parte de um conflito, inevitavelmente, perdido. No livro "Portugal e o Futuro", publicado em 1974 (ano da revolução dos cravos), o general falou da "crise que enfrentamos", das "nossas contradições", da "nossa posição no mundo", dos "fundamentos de uma estratégia nacional", e deu "uma hipótese de estruturação política da nação".


Este livro tem frases geniais. Quanto ao esforço de guerra desenvolvido por Portugal no Ultramar, Spínola escreveu: "as sociedades preferem sobreviver prosaicamente a desaparecer gloriosamente na defesa de soluções ligadas ao passado, em prejuízo da sua sobrevivência numa perspectiva do futuro."

O que também me surpreende, como é que um livro com este conteúdo conseguiu escapar à aplicação do lápis azul da censura...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

AFRICOM e DOE na República Democrática do Congo

Na República Democrática do Congo, o AFRICOM e o Departamento de Estado facultaram 1.9 milhões de dólares para o desenvolvimento de uma fonte de alimentos sustentada. O exército congolês, com o sistema de logística fraco, não consegue cumprir uma das suas funções básicas, alimentar os seus soldados.

Com fome a energia escasseia, a força não é forte, a disciplina dissipa-se, o comando perde legitimidade. Nestas condições, é mais importante começar pelo essencial, ou seja, antes de equipar com metralhadoras, mais vale fazer uma abordagem logística. Começar da base para o topo, responder às necessidades reais das forças, em vez de tapar o sol com a peneira com o fornecimento de armamento. Do parecer ao ser, vai uma grande diferença!

Mais Informação

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Tribunal Internacional de Justiça na Líbia

Algumas figuras do regime de Kadafi podem ser acusadas, pelo Tribunal Internacional de Justiça, pelos crimes de homicídio, utilização de bombas de fragmentação e utilização da violação sexual como arma de guerra.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A violência de Kadafi não tem limites


Kadafi, ditador líbio, instou os seus militares e mercenários para a utilização da violência sexual, ao ponto de fornecer Viagra aos seus leais combatentes! Sim, Viagra. É evidente que os mercenários são conhecidos pelas atrocidades e pela violência, mas existem limites para tudo. Este comportamento é habitual na África Subsariana, onde os meios militares escasseiam e a violência sexual é utilizada como arma. Mas no norte de África...
A "guerra" está a mudar. É verdade que nunca foi um ato bonito, mas creio que hoje se ultrapassa o limite com muita facilidade! Recorrer a violência sexual não pode ser permitido a um militar, que tem um código e uma bandeira para respeitar. Este comportamento só pode ser levado a cabo por mercenários ou por combatentes mal formados.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Kissinger e Baker



Henry Kissinger e James Baker III, antigos secretários de estado dos EUA, comentam a intervenção norte-americana na Líbia.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Implosão ou Explosão


EUA não deixam de parte as intervenções unilaterais na Líbia. O General Carter Ham afirmou que, se necessário, os EUA intervirão unilateralmente em solo líbio.